quarta-feira, 16 de maio de 2007

Curiosidades XXI (A Peste Negra - Parte III)

O Combate à Doença

Os médicos não sabiam qual era a causa da Peste Negra e, por essa razão, não encontravam nem a defesa nem a cura para a mesma. Houve, no entanto, quem se aproximasse da solução sem saber. Muitos acreditavam que o ar transportava a doença (o que, no caso da peste pneumónica, não estava longe da verdade) e que a sua causa era uma conjunção de planetas (!!). Foram criados vestuários protectores para médicos, que eram utilizados para tratar os doentes com a peste. Contudo, era difícil aplicar a técnica com rigor suficiente para excluir a real fonte da peste: a pulga.

Em Milão e noutros locais, a única estratégia que se revelou eficaz na contenção da doença foi o emparedamento das portas e janelas das casas dos doentes, deixando que as pessoas morressem no seu interior. Nos anos que se seguiram após o fim da epidemia, as comunidades aperceberam-se das vantagens proporcionadas pelo isolamento na contenção de doenças infecciosas. Em 1383, os navios que chegassem a Marselha com doentes ficavam 40 dias em “quarentena” (que derivava de quaranta, palavra italiana para 40).

As Causas

Até 1894, as causas da Peste Negra permaneceram obscuras. Nesse ano, o bacteriologista francês Alexander Yersin (1863 - 1943) e o seu colega japonês (Kitasato Shibasaburo) descobriram o organismo patogénico responsável pela doença (que hoje em dia é conhecido por Yersinia pestis) e a maneira como a peste se espalhara 550 anos antes:

- Quando uma pulga pica um animal que tenha esse organismo (roedores), fica infectada. As bactérias multiplicam-se e acabam por entupir o tubo digestivo da pulga. Incapaz de engolir, a pulga injecta bactérias, que continuam a multiplicar-se na corrente sanguínea do hospedeiro (o ser humano). No porto de Caffa, a presença de uma grande população de ratazanas negras forneceu um terreno perfeito para a proliferação da peste. Como muitos desses animais viviam nos barcos, foi relativamente fácil a chegada da doença ao continente europeu;
- A Europa tinha uma população de cerca de 70 milhões de pessoas em meados do século XIV. Nos grandes aglomerados populacionais abundava a miséria. Os esgotos e o lixo nas ruas não calcetadas constituíram uma área de proliferação ideal para ratos e pulgas contaminadas. Uma vez implantada, a peste alastrou-se facilmente através das rotas comerciais.

Sem comentários: