quarta-feira, 4 de abril de 2007

Cinema - Review VIII (Marie Antoinette)

Título Original: Marie Antoinette (2006)
Nota: 2,5/5 (Razoável)
Realizador: Sofia Coppola
Argumento: Sofia Coppola
Elenco: Kirsten Dunst, Jason Schwartzman, Rip Torn, Steve Coogan, entre outros
Género: Drama
Duração: 123 minutos

O 3º filme de Sofia Coppola foi, como já se esperava, uma grande desilusão. Rico visualmente, mas vazio em termos de conteúdo na maior parte da sua duração, Marie Antoinette é um filme meramente razoável. A hora e meia inicial do filme consiste numa “orgia” de festas, mexericos, roupas e penteados extravagantes, à medida que acompanhamos Marie a tentar adaptar-se às tradições e costumes da alta sociedade francesa. Passado pouco tempo, o filme começa a ser cansativo, porque a história avança muito devagar e o desenvolvimento das personagens é reduzido. As escolhas musicais também não ajudam, alternando entre música da época e música actual, uma fusão que raramente é bem sucedida.

O melhor do filme é, sem dúvida, a meia hora final, quando se inicia a Revolução Francesa. Marie e o resto da família real são apanhados no clima tumultuoso e violento que se instala e serão, anos mais tarde, guilhotinados. A decisão de Sofia Coppola em dar mais importância ao período anterior ao da revolução constitui um enorme desperdício. Do meu ponto de vista, a parte realmente “interessante” da vida da personagem principal corresponde ao período pós-revolucionário, em que Marie e o rei esperam pela morte na guilhotina e onde se poderia estabelecer um contraste entre a anterior opulência e a miséria que fez parte das suas vidas até ao fim. Em vez disso, o filme possui uma história inconsequente e com poucas reviravoltas que despertem o interesse do espectador.

As personagens do filme não são muito interessantes (Marie é uma pessoa alegre, fútil, mimada e completamente isolada do mundo real, onde a pobreza e a miséria abundam) e as interpretações são meramente adequadas. Esperemos que Sofia Coppola não siga o exemplo de M. Night Shyamalan, que começou muito bem e que, pouco a pouco, se foi afundando no seu próprio ego.

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