sábado, 17 de fevereiro de 2007

Cinema - Review VI (M:I 3)

Título Original: Mission: Impossible III (2006)
Nota: 3/5 (Fixe)
Realizador: J.J. Abrams
Argumento: J.J. Abrams, Alex Kurtzman e Roberto Orci
Elenco: Tom Cruise, Ving Rhames, Keri Russell, Philip Seymour Hoffman, Michelle Monaghan, entre outros
Género: Acção/Thriller
Duração: 126 minutos

Sinopse: O agente da IMF Ethan Hunt (Tom Cruise) retirou-se e dedica-se agora ao treino de agentes, ao mesmo tempo que planeia casar-se com a sua namorada Julia (Michelle Monaghan). No entanto, é forçado a voltar ao activo, quando uma das agentes que treinou é capturada enquanto investigava um traficante de armas internacional de nome Owen Davian (Philip Seymour Hoffman). Contando com a ajuda do seu velho amigo e especialista informático Luther Strickell (Ving Rhames) e dos novos membros da equipa (Maggie Q e Jonathan Rhys Meyers), Ethan terá de dar o seu máximo para apanhar Davian e resgatar a sua namorada, que entretanto fora raptada.

Crítica: Com a estreia de Missão Impossível 3, abriu oficialmente a época dos blockbusters de verão de 2006 e confesso que estava à espera que essa época começasse de melhor maneira do que começou. Enquanto que o original foi realizado por Brian De Palma e a sequela por John Woo, o terceiro filme da série constitui a estreia cinematográfica de um dos mais conhecidos e bem sucedidos realizadores do pequeno ecrã, J.J. Abrams. Abrams traz o seu toque pessoal a este filme, tentando mostrar o lado mais humano de Ethan Hunt, que tinha sido pouco explorado nos dois capítulos anteriores. Repleto de acção, que é quase non-stop, o filme só desacelera nas alturas em que pretende dar a conhecer um pouco mais do lado pessoal da personagem interpretada por Cruise.

Essa estratégia podia ter sido melhor explorada, pois as cenas do filme que mostram a interacção entre Ethan e Julia são poucas e não são suficientes para permitir ao público estabelecer uma ligação mais forte com as personagens, o que permitiria tornar o desenrolar dos acontecimentos mais emocionante. Mas, afinal de contas, não se trata de um drama e as pessoas pagaram o bilhete na expectativa de ver cenas de acção espectaculares e emocionantes, com stunts arriscadas, explosões e tiros em quantidade elevada. As cenas de acção do filme são bem concebidas e interessantes, mas nós já vimos esse género de coisas noutros filmes, acabando por não ser tão emocionantes como desejaríamos.

A história do filme, à semelhança do 2º capítulo, é simples e relativamente fácil de seguir. Começa de um modo bastante tenso, com Davian a ameaçar matar Julia, em frente de um Ethan Hunt preso a uma cadeira e a implorar pela vida da sua namorada. Davian quer que Ethan lhe diga a localização de algo chamado “Pata de Coelho”, começando uma contagem decrescente que termina com um tiro e é seguida de um flashback, no qual somos informados de tudo o que acontecera até aquele ponto. Ethan estava à beira de se casar com Julia (que desconhece que ele é um espião), quando é forçado a voltar ao activo para tentar resgatar em Berlim uma das agentes que treinou (Keri Russell), que fora capturada por Davian. A operação não é totalmente bem sucedida, mas leva à revelação da existência de um agente infiltrado na IMF e ao planeamento de uma nova missão, que tem por objectivo a captura de Davian, de modo a impedir a venda de uma arma não especificada e que é apenas conhecida por “Pata de Coelho"....

Com o desenrolar dos acontecimentos, a equipa liderada por Hunt é forçada a deslocar-se a vários locais: Roma, Maryland e finalmente a Shanghai, onde o flashback termina e a acção volta ao presente. Em cada um desses locais, as operações são coordenadas e executadas em equipa, algo que tinha sido pouco explorado no 2º filme da série. Um dos defeitos que aponto ao filme é o desperdício da personagem Owen Davian, que constitui um vilão bastante interessante (boa interpretação de Philip Seymour Hoffman, depois de ter recebido o Óscar de Melhor Actor), mas que aparece pouco tempo no filme, sendo a certa altura relegado para 2º plano. As restantes interpretações são adequadas, cabendo a Cruise desempenhar o papel do coelho das pilhas Duracell (usando uma frase de Todd McCarthy: “Tom Cruise pareceu determinado a efectuar a mais persuasiva personificação humana de um Ferrari”). A realização de J.J. Abrams é sólida, sendo particularmente eficaz na cena inicial, onde foi gerado um nível de tensão e de intensidade que infelizmente não esteve presente no resto do filme. Em geral, considero o filme um blockbuster divertido e satisfatório, mas que ficou aquém das minhas expectativas, já que esperava um filme mais intenso e emocionante.

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