terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Cinema - Jack Valenti e a história da MPAA (Parte IV - As críticas ao sistema actual)


Desde a sua implementação, o mais recente sistema de classificação do conteúdo dos filmes tem sido bastante criticado por críticos de cinema, produtores e estúdios independentes:

- Roger Ebert já manifestou várias vezes a sua insatisfação com o sistema. Segundo Ebert, o sistema actual penaliza muito mais os filmes em que aparecem cenas de sexo do que filmes com cenas de bastante violência. Só assim se explica como filmes bastante violentos como The Passion Of The Christ e Saving Private Ryan tenham recebido um R e filmes menos “pesados” em termos de conteúdo e com várias cenas de sexo (Showgirls, por exemplo) tenham recebido um NC-17.

- Os estúdios independentes argumentam que a MPAA é mais “leve” na análise de filmes dos grandes estúdios. Dois exemplos referidos são Scary Movie (Miramax) e Orgazmo (produção independente): o primeiro filme continha cenas bastante ofensivas de humor de natureza sexual e recebeu um R, enquanto que o outro, ligeiramente mais leve em termos de conteúdo, recebeu um NC-17.

- Outra crítica bastante frequente diz respeito à mudança dos padrões de classificação. Filmes que nos anos 70 e 80 receberiam um R hoje recebem um PG-13, estando a MPAA a contribuir para alterar os padrões de violência e de sexo nos filmes. A consequência disso é que as crianças hoje em dia estão mais “habituadas” a certos níveis de violência e de sexo, níveis esses que eram considerados inadequados para as crianças das gerações anteriores.

- A MPAA também é criticada por atribuir a classificação R a filmes que contenham pouca linguagem obscena e que sejam, apesar disso, bastante adequados para adolescentes em termos de conteúdo. Um dos melhores exemplos é Before Sunrise (1995), do qual Roger Ebert disse o seguinte: “The R rating for this film, based on a few four-letter words, is entirely unjustified. It is an ideal film for teenagers”.

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