quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Curiosidades - Munique (Parte I)

"Our greatest hopes and our worst fears are seldom realized. Our worst fears have been realized tonight. They’ve now said that there were eleven hostages; two were killed in their rooms yesterday morning, nine were killed at the airport tonight. They’re all gone."

Jim McKay (comentador desportivo da ABC)

A vigésima olimpíada realizou-se na cidade alemã de Munique entre 26 de Agosto e 11 de Setembro de 1972. O acontecimento mais marcante desses jogos teve inicio na madrugada do dia 5 de Setembro, quando um grupo de 8 homens pertencentes à organização terrorista palestiniana Setembro Negro raptou 11 membros da equipa olímpica israelita. 2 dos 11 atletas foram mortos no local enquanto lutavam com os terroristas. Os restantes 9 foram colocados num quarto, atados uns aos outros e vigiados de perto.

Os jogos foram suspensos de imediato, algo que nunca tinha acontecido até então. Algumas horas depois do rapto, os terroristas exigiram a libertação de 234 fundamentalistas islâmicos que se encontravam presos em Israel e de 2 alemães (Andreas Baader e Ulrike Meinhof, dois dos fundadores do Rote Armee Fraktion, uma organização terrorista alemã que apoiava os palestinianos).

O governo israelita reagiu imediatamente, afirmando que não negociava com terroristas. As autoridades alemãs lideraram as negociações, mas estavam claramente mal preparadas e, segundo algumas fontes, recusaram mesmo o envio por parte de Israel de uma equipa especializada neste tipo de operações. Foram oferecidas enormes quantias em dinheiro aos terroristas em troca da libertação dos reféns, mas estes recusaram e as negociações ficaram num aparente impasse. Apesar disso, o prazo-limite para a execução dos reféns foi sendo sucessivamente adiado, já que os terroristas acreditavam que as suas reivindicações estavam a ser consideradas.

As autoridades alemãs planeavam resgatar os atletas israelitas e, para atingirem esse objectivo, utilizaram um grupo de polícias que não tinha experiência neste tipo de situações. À medida que os polícias se deslocavam pelos telhados e se aproximavam do alvo, o “exército” de jornalistas presentes no local transmitia em directo as suas movimentações. Os terroristas aperceberam-se da situação e ameaçaram matar dois reféns se os polícias não abandonassem as suas posições. Conscientes do risco a que expunham os reféns, os responsáveis pela operação de resgate desistiram do plano.

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