segunda-feira, 9 de julho de 2007

Curiosidades XXV (Botox)

As neurotoxinas libertadas pela bactéria Clostridium botulinum encontram-se entre as substâncias mais tóxicas que ocorrem na natureza, sendo responsáveis por intoxicações alimentares graves em seres humanos (botulismo), que resultam principalmente do consumo de alimentos mal cozinhados (as toxinas do botulismo são destruídas fervendo os alimentos durante 10 minutos). Apesar da sua elevada toxicidade, essas substâncias são utilizadas em quantidades muito reduzidas para tratar espasmos musculares dolorosos e como tratamento cosmético em várias partes do mundo.

O médico alemão Justinus Kerner (1786 - 1862) foi a primeira pessoa a aperceber-se do potencial efeito terapêutico das neurotoxinas produzidas por esse microrganismo. Em 1870, outro médico alemão de nome Muller atribuiu o nome botulismo à doença provocada por essas neurotoxinas, a partir da palavra botulus, que significa salsicha em latim. Em 1895, Emile Van Ermengem foi a primeira pessoa a conseguir isolar a bactéria. Em 1949, A. Burgen e a sua equipa descobriram que as toxinas produzidas por esse microrganismo bloqueavam as transmissões neuromusculares.

Em 1973, Alan Scott realizou experiências com uma das toxinas (BTX-A, que hoje em dia é conhecida pelo nome Botox) em macacos e em 1980 em humanos, para tratar o estrabismo. Em 1989, a BTX-A foi aprovada pela FDA (Food And Drug Administration) para o tratamento do estrabismo e de outras doenças de natureza muscular. Em 2002, foi aprovado o uso dessa toxina em tratamento cosmético, para suavizar as rugas.

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