quarta-feira, 23 de maio de 2007

Curiosidades XXII (Projecto Jennifer)

Em 1968, um submarino de elite soviético (K-129) afundou-se a cerca de 400 quilómetros a noroeste da costa do Havai. No ano seguinte, os destroços foram descobertos por um submarino americano. Estava-se no auge da Guerra Fria e as duas super-potências tentavam desesperadamente descobrir os segredos militares uma da outra. Foi com esse objectivo que a CIA lançou uma operação secreta de resgate dos destroços do submarino, operação essa que recebeu o nome de código “Jennifer”.

O bilionário Howard Hughes foi secretamente contratado pela CIA para construir um navio de grandes dimensões, que pudesse ser utilizado para recuperar os destroços do submarino. Em Novembro de 1972, foi iniciada a construção do navio, que foi chamado Hughes Glomar Explorer. Contudo, um navio daquelas dimensões e naquela área iria ser rapidamente detectado por navios soviéticos e a CIA teve de elaborar uma estratégia para justificar a presença do navio naquela zona. A pedido da CIA, Hughes disse à imprensa que o objectivo do navio era a extracção de nódulos de manganês do fundo do Oceano Pacífico.

O navio possuía uma gigantesca garra mecânica, que foi desenhada para se estender até aos 5000 metros de profundidade e elevar os destroços do submarino do fundo do oceano. O processo era realizado de um modo discreto, já que o resgate seria feito por baixo de água e os destroços seriam armazenados num compartimento de grandes dimensões situado no meio do navio. No dia 4 de Julho de 1974, o Glomar Explorer chegou à área onde se encontrava o submarino. Durante o primeiro mês, vários navios russos cercaram-no, com o objectivo de descobrir as verdadeiras intenções da tripulação.

Segundo alguns relatórios secretos recentemente divulgados, no dia 12 de Agosto de 1974 parte da garra mecânica do navio partiu-se, fazendo com que o submarino se partisse ao meio durante o processo de resgate. Apenas uma fracção do submarino foi recuperada, fracção essa que não tinha mísseis ou códigos de lançamento (que tinham um grande valor para os serviços secretos do exercito norte-americano). Os corpos de 6 tripulantes do submarino foram resgatados e enterrados no mar com todas as honras.

Em 1975, o New York Times e o Los Angeles Times publicaram a história. Nos anos que se seguiram, foram escritos alguns livros sobre o caso. No seu livro The Jennifer Project (1997), Clyde W. Burleson argumenta que o submarino foi recuperado na sua totalidade e que a CIA lançou mais tarde uma campanha de desinformação, com o objectivo de fazer com que as pessoas acreditassem que o projecto constituiu um enorme fiasco.

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